Arqueologia II
Eu devo afastar-me de mim, para uma herança incorrupitível, agora, com efeito preciso de um lugar sem defeito, sem mácula, que aumente no tempo.
Ser-lhe útil, pois, na ignorância, investigando atentamente, não ocupava lugar nenhum.
Semelhante a fumaça, procurei, boa forma, não somente uma vez, mas realmente o que me interessa é deixar-me afastar, ocupar o espaço do vosso pensamento.
Pois, na minha experiência, ora, fui vento, fui fogo, fui até nada, com aprazível desejo fui-me instruindo, deixei-me aproximar demais de mim mesmo.
E digo isso a quem respeito, deu-me hospitalidade, alegrou-me e me serviu, desse modo fui vituperado, tivemos os mesmos sentimentos, fomos tolerantes, no limite do necessário edificado em lugares solitários e repreendidos pela terra.
Quem és tu me que transforma com um olhar?
Arqueologia
Onde é o que?
Um incunábulo ou um gesto incurioso?
Engenhosidade abandonada ao acaso, escorre, vasa, pinga, registra uma marca.
Há adversão, uma simbologia incomunicável causa desentendimento, confere o que?
Serviu ao encantamento insolucionado do olhar à razão.
Invólucro
Tract # 1 - land-art
...pelo ângulo vejo lados.
Numa alidade qualquer, escolhida pela visada, elejo outro ponto.
Com pontos estabeleço dimensões, parto em busca do lugar.
Encontrar o lugar arbitrário na escolha, volto ao ângulo
onde encontro pontos, pelos lados, algum lugar.
Entrar pela porta
Coisa que acompanha outra
A uma poetisa
Gonçalves Dias
- Donde vens, viajor?
- De longe venho.
- Que viste?
- Muitas terra.
- E qual delas mais te soube agradar?
- São todas belas; fundas recordações de todas tenho.
- E admiraste o que?
- Ah! onde as flores
cada vez a manhã tornam mais linda,
onde gemeu Paraguaçu de amôres
e os ecos falam de Moema ainda;
Ali, Safo cristã, virgem formosa,
a vida aos sons da lira dulcifica:
D'escutar a sereia harmoniosa
ou de vê-la, a vontade prêsa fica!
Bahia - 1852
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